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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

7 – O Mapa


Pedrinho ao sair da delegacia do Xerife Bigode, procura por um lugar plano para desenhar um mapa do caminho que Xerife descrevera, a poucos metros dali ele avista Ana Clara, saindo do mercadinho do Senhor Valdemar.  
– Ana Clara! Ana Clara!  
– O que foi?! Pra que está gritando? Eu não sou surda!  
– Calma garota, é que eu tenho o caminho para Manga Chata, preciso desenhar logo o mapa antes que eu me esqueça. 
– Já deveria ter feito isso então. Vamos lá para o nosso esconderijo, daí aproveitamos e nos reunimos com o resto dos meninos.  
– Certo, só me dá um minuto, vou fazer um rascunho antes que eu me esqueça.  
– Anda logo!  
Pedrinho começa a riscar o papel desajeitado, com a folha já meio amassada. Depois de alguns minutos:  
– Pronto! Terminei. - diz Pedro mostrando o papel amassado e riscado para Ana Clara. 
 – Nossa! Que letra horrorosa Pedrinho. Não dá pra entender nada, espero que o desenho final seja melhor que isto. Vamos logo, aqui está muito quente. - rápidos e discretos, seguem em direção ao beco atrás do mercadinho, e desaparecem. 
Enzo e Bernardo já estavam na sala de reuniões secretas, jogando xadrez. A eletricidade já existia no local, o maior trabalho que tiveram foi limpar o ambiente, incrivelmente também existia água encanada. Com o tempo e o instinto aventureiro, as crianças descobriram que os corredores subterrâneos tinham caminhos por toda a cidade, cheios de passagens secretas. Havia também algumas portas nestes corredores, muitas delas as crianças não conseguiram abrir.  
No maior espaço que eles encontraram, fizeram uma decoração básica, com cartazes, cores e uma mesinha com cadeiras no centro da pequena caverna.  
– Olá meninos! - Ana Clara cumprimenta animada.  
– Olá Ana Clara. – respondem-na como numa sintonia só, e espantam-se com o aspecto físico da garota:  
- Nossa Ana! Como você está feia, parecendo uma caveira com estes olhos fundos. Não anda dormindo?  
– Não é da sua conta. E eu não sou sonambula para dormir andando.  
– Caramba! Não precisa ser tão grossa. – provoca Enzo.  
– E você não precisa ser tão intrometido. - retruca a garota.  
– Calma aí gente, vamos ao que interessa. - Pedrinho coloca o papel na mesinha. – Olhem. Já temos o mapa para Manga Chata, o Xerife Bigode me falou o caminho numa conversa que tive com ele.  
– Ele falou assim numa boa? – indagou Adrian.  
– Sim. - respondeu Pedrinho, e prosseguiu. – Enzo sei que você desenha muito bem, pode desenhar este mapa pra gente seguir caminhada?  
– É claro, por mais ruim que saia meu desenho, ainda ficará mais legível que este seu.  
Todos riem alto enquanto Pedrinho desamassa o papel chateado com a zombaria dos colegas. 
 – O Xerife Bigode disse que o caminho é perigoso ao redor deste deserto de cidade, existe uma floresta escura, fria e perigosa. Cheia de trilhas sinuosas que confundem qualquer adulto. Disse também que todo mundo se perde neste caminho e por acaso encontram Mistanásia. 
– O velho Valdemar da Mercearia comentou que depois de Mato Véio, existe uma tribo perigosa também. Falou ainda que estes índios comem crianças. Eu passei de frente os dois homens com um pacote de balas e, o velho Valdemar tomou-o de mim. Ainda brigou dizendo que; “Crianças não devem estar no mesmo ambiente em que dois adultos conversam.” Adultos chatos. – resmungou Ana Clara.  
– Estes são detalhes importantes para planejar nossa viagem. Precisamos puxar mais algumas informações de alguns adultos que chegaram aqui. – interveio Enzo.  
- Vamos logo! Não precisamos de tanta coisa assim, por um acaso vocês são investigadores? Vocês estão perdendo tempo. – indignou-se Bernardo, o mais jovem porém, mais alto e mais forte da turma.  
As crianças olharam entre si pensativos. Enzo já terminava de riscar o mapa que, por sinal ficou muito bem detalhado. 
No dia seguinte, se reuniram no mesmo lugar, sairia a noite por conta do deserto. Pretendiam voltar logo para Mistanásia. 
Pretendiam voltar, ao menos.

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