Mistanásia é uma pequena, aconchegante e a mais
distante cidadezinha da região de Mitim-Bonitim-Má. Região muito quente envolta
por nove cidades subsequentes. Lugar onde o vento morre de cansaço sem
esperança de ser enterrado.
Todos de Mistanásia esperava entender o que aconteceu na
noite anterior. Ouviram-se galopes apavorantes, relinchos medonhos, e pequeno
tremor no chão. Aos que se atreveram olhar pela janela, ficaram estáticos de
pânico. Estes ficaram mudos, assombrados pelo que vira.
Parecia ser muitas mulheres que grunhiam em uma cavalhada. O
pequeno povoado ficou impressionados e confusos, ao verem marcas de um galope
só. As mulheres choravam alto. Grandes pegadas que parara na porta da única
igrejinha da cidade. Uma mendiga velha fazia crochê ali próximo. Padre Júnior
jazia morto, coiceado. Estava sem dedos e sem olhos.
Chiavam murmúrios sobre o
caso. Ninguém sabia dizer o motivo daquilo tudo em um lugar isolado como aquele.
Os que viram pela janela não falavam, olhavam com olhos arregalados e
boquiabertos. Os mudos correm para casa. A mendiga velha começa rir de repente,
ninguém a conhece, nem sabem de onde veio. – Vocês estão condenados pelo pecado
deste homem. (riso) A maldição caiu sobre esta região... A Mula está de volta
depois de tantas gerações... – Quem é você velha?! Questiona um senhor. – É! Do
que está falando?! Pergunta Pedrinho. –Você matou o Padre Júnior! Acusa uma mulher. A velha continua o crochê mesmo sendo
questionada abruptamente. –Parece que seus tataravós não repassaram á vocês os
mistérios que rodearam esta cidade há séculos atrás... A juventude se perdeu,
em seus anseios inúteis. Os anciãos que ali estavam, começaram a se movimentar
em direção á velha. No mesmo instante a velha mendiga pega a maior agulha de
crochê e aponta á um dos velhos. –Não querem que eu conte?! Vocês não
acreditaram que um dia esta cidade poderia tornar suas maldições vivas
novamente, né?! A Mula é o primeiro sinal de que muitas estão por vir...
–Conte-nos o que vai acontecer. Por favor. Pedro um adolescente implora á velha
por explicações. Esta que junta suas coisas e sai mancando vagarosamente
desajeitada. –Eu não posso dizer mais
que isto meu pequeno garoto. Se ainda querem saber, perguntem ao mais velho
homem de Manga-Chata. Ele lhes contará tudo. Mais cuidado! Estas estradas estão
mais negras do os olhos de Romãozinho...
No velório de Padre Júnior foi decidido por todos. Toque de
recolher ás cinco da tarde. Por tempo indeterminado.
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Douglas B.C.
(15/04/2015)
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